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Capítulo F - Sistemas Orgânicos



   O corpo humano e dos seres vivos em geral é formado por vários sistemas que interagem entre si, gerando influência ou ação recíproca. Cada sistema contribui para a manutenção da homeostase (processo dinâmico de estabilização e reequilíbrio interno) de si próprio, de outros sistemas e de todo o organismo. Cada um deles é formado por diversos órgãos que são conjuntos funcionais, devidamente organizados, de tecidos. O bem-estar das pessoas depende do bom funcionamento de todos os sistemas que interagem no corpo. 

    No organismo humano podemos identificar múltiplos sistemas:
  1. Integumentário que cobre o corpo, sendo formado pela pele, cabelos e unhas;
  2. Esquelético que, junto com os músculos e tendões, suporta o corpo e permite os movimentos, constituído por ossos, articulações e cartilagens; 
  3. Linfático que defende contra patógenos e recolhe fluidos, formado pelo timo, baço, vãos e nodos linfáticos; 
  4. Respiratório que remove o gás carbônico e entrega oxigênio ao sangue, constituído pelo nariz, traqueia e pulmões; 
  5. Muscular que possibilita, junto com o sistema esquelético, a realização de movimentos e que também ajuda a manter estável a temperatura corporal, sendo formado por músculos e tendões; 
  6. Nervoso que coleta e processa as informações sensoriais, ativando as respostas apropriadas, constituído pelo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos; 
  7. Digestivo que processa os alimentos e elimina os restos não aproveitados, formado pela boca, estômago, fígado, vesícula biliar e intestinos; 
  8. Urinário que controla o equilíbrio da água no organismo, além de remover e eliminar os resíduos indesejáveis do sangue, sendo constituído pelos rins e pela bexiga; 
  9. Endócrino que produz hormônios destinados a regular uma grande variedade de processos no organismo, formado pelas glândulas pituitária, tireoide, suprarrenais e pâncreas; 
  10. Cardiovascular que leva oxigênio e nutrientes a todas as células e que equaliza a temperatura no corpo, constituído pelo coração e pelos vasos sanguíneos; 
  11. Reprodutor masculino que produz e desloca os respectivos gametas e hormônios relacionados, composto pelo pênis, vesículas seminais, canais deferentes e testículos; 
  12. Reprodutor feminino que propicia a fecundação e acomoda os óvulos fecundados na gestação, formado pela vagina, trompas de Falópio, útero e ovários; 
  13. Sensoriais: auditivo, visual, olfativo, tátil e gustativo que captam sinais externos, gerando impulsos elétricos que são enviados ao cérebro pelo sistema nervoso, sendo compostos pelos ouvidos, olhos, nariz, pele e língua. 

 

    Uma análise racional da composição do sistema esquelético dos humanos, por exemplo, constituída por ossos, articulações e cartilagens, já poderiam ser plenamente suficientes para comprovar a insofismável necessidade atuação do Criador do Universo e da vida em sua complexa e perfeita conformação. A formatação simétrica de braços, mãos, pernas e pés, com suas engenhosas articulações e a forma das vértebras lombares, perfeitamente articuladas, mostram-se suficientes para atestar a total impossibilidade de serem resultantes de mutações genéticas aleatórias, ajudadas apenas pelo tempo decorrido e pela seleção natural. 

    Quando analisamos simultaneamente o sistema esquelético e o sistema muscular, acumulamos muitas outras evidências da indispensável atuação do Criador. O perfeito acoplamento de músculos e ossos, gerados por genes diferentes, e a existência de ligamentos e tendões tornam totalmente impossível uma ocorrência destes sistemas, perfeitamente acoplados, sem uma primorosa intervenção inteligente externa. 

    A execução de movimentos, especialmente de pés e mãos, exige uma vinculação entre ossos e músculos que, pelas leis matemáticas da estatística, não pode ser obra do acaso. Considerando que tudo isto ocorre com a participação de uma grande quantidade de genes com mutações independentes, a probabilidade de que o acaso seja bafejado com tamanha sorte é absolutamente nula. 

    Quando agregamos, na análise, o sistema nervoso, verificamos que o cérebro está devidamente protegido pelo crânio, identificando outro acoplamento entre dois sistemas orgânicos diferentes. A forma da coluna vertebral, protegendo caprichosamente a medula espinhal é outro exemplo da vinculação de sistemas gerados por genes independentes, cuja atribuição ao acaso é totalmente impossível pelas regras matemáticas que regem as probabilidades e a estatística. 

    Considero absolutamente lógico e evidente que a forma, a funcionalidade sistêmica e a localização correta de cada um dos mais de 200 ossos humanos e de cada dos seus 660 músculos já seriam obras inviáveis para o acaso, apoiado apenas no tempo e na seleção natural. Quando ossos, músculos e células nervosas formam sistemas altamente complexos e interdependentes, creio ser irrefutável a indispensável intervenção de um Ente Criador.

    Como cada um desses 860 diferentes ossos e músculos está associado a um gene diferente que pode sofrer mutações erráticas e independentes, torna-se completamente inviável, em termos matemáticos, a montagem ao longo do processo de evolução dos seres vivos desses complexos sistemas, sem outras intervenções. A ação do sistema nervoso sobre o sistema muscular, permitindo movimentos voluntários e gerando atividades reflexas, também serve para comprovar a intervenção pregressa do Criador ao longo de todo o processo de evolução até chegar ao ser humano.






11 de março de 2014 Postado por 





9 comentários:


  1. Quase tudo de quase nada

    As ciências da natureza, incluindo a matemática, estão alcançando um grau tão avançado de especialização que os cientistas modernos acabam sabendo quase tudo sobre quase nada. Tornam-se especialistas dentre especialistas. Em algumas áreas, como nas ciências médicas, onde existem muitos e vitais relacionamentos entre órgãos e sistemas, tal grau de especialização pode tornar-se bastante problemático.

    Endeusados e respaldados pelas repercussões tecnológicas dos conhecimentos gerados, tais cientistas passam a se considerar donos de verdades que extrapolam em muito suas especializações específicas. Como diria um conterrâneo: “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.

    Nas ciências naturais, a fronteira do conhecimento está cada vez mais distante. Para dar contribuições, o cientista precisa aprofundar-se em um campo cada vez mais estreito de conhecimento. O ambiente universitário, onde a ciência básica prolifera, está estruturado de forma a facilitar esse fracionamento crescente. Este modelo acadêmico acaba espraiando-se pelas demais áreas científicas criando dificuldades para a adoção de ambientes de interação sistêmica, de caráter interdisciplinar e transdisciplinar que possam retratar a verdade verdadeira, especialmente dos sistemas biológicos.

    Sem o glorioso respaldo tecnológico das ciências, a filosofia teve condições de preservar uma abrangência capaz de sanar muitas das deficiências das ciências, especialmente das áreas biológicas. A filosofia pode ser mais sistêmica e orgânica, identificando e denunciando tais anomalias que podem ser bastante prejudiciais para a humanidade e para a vida na Terra. Entendo que o raciocínio filosófico tem plenas condições de abarcar uma grande amplitude contextual, podendo servir de liame para aumentar significativamente a eficácia sistêmica das ciências excessivamente especializadas.

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  2. Incompetências do acaso

    Considero simplesmente inconcebível que pessoas devidamente esclarecidas possam aceitar que o corpo humano, com todos os seus portentosos sistemas, tenha resultado de obra criativa exclusiva de um acaso que teria conseguido parir nossos mais de 20 mil genes, responsáveis por cerca de 400 mil proteínas, e gerar suas mutações vantajosas, sem o envolvimento de qualquer direcionamento inteligente.

    As capacidades físicas, bioquímicas, orgânicas, funcionais e, sobretudo, mentais dos humanos obviamente extrapolam totalmente às possibilidades criativas desse acaso hipotético, apoiado apenas em processos de seleção natural.

    A indispensável passagem pelo minúsculo zigoto de todas as informações necessárias para constituir um novo ser humano tornam a missão atribuída a tal acaso completamente impossível. Vale observar que cada molécula do DNA humano contém cerca de três bilhões de unidades de informação.

    Para a sustentação da vida na Terra são indispensáveis múltiplos sistemas interdependentes. A energia do sol propicia a vida vegetal que alimenta os animais. As plantas absorvem água e nutrientes disponíveis no solo terrestre. Os humanos dependem das cadeias alimentares dos demais seres vivos e do oxigênio do ar. Todas estas interdependências ecológicas definitivamente não podem ser obras do acaso que surgiu do nada no Big Bang gerador do Cosmos.

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  3. Um acaso criador da vida posto em um contexto sistêmico e probabilístico

    O processo continuado, ao longo de toda a vida, de oxigenação dos trilhões de células que compõem o corpo humano, através do sistema circulatório, não pode ser obra do acaso. Só com inteligência, que o acaso não dispõe, foi possível vincular o sistema respiratório, que absorve o ar atmosférico, com o sistema circulatório. O envolvimento da hemoglobina para levar o oxigênio a cada uma das células humanas e a sua utilização para a retirada do gás carbônico também exigiram elevada dose de inteligência.

    A ciência constatou a existência de um preciso sistema de controle da produção de glóbulos vermelhos associado às características do ar atmosférico disponível em cada altitude. Esse sistema também considera a necessidade individual de cada pessoa, vinculada ao peso corporal. Estima-se que, em média, o corpo humano produz, por dia, cerca de três bilhões de hemácias para cada quilo de peso. A produção diária de plaquetas e de glóbulos brancos também tem vinculação com o peso corporal. Certamente o acaso nunca deteve condições para implantar tais sistemas de controle cujas informações estão devidamente inseridas no genoma do zigoto humano.

    Acredito que a existência de um sistema automático de aspiração do ar atmosférico, que funciona perfeitamente mesmo durante o sono, não pode ser atribuída ao acaso de mutações genéticas. Quando consideramos o acoplamento do sistema respiratório com a transferência do oxigênio, nos pulmões, para o sangue, utilizando os glóbulos vermelhos, a exclusividade do acaso como autor de todo o sistema torna-se bem mais complicada. A existência de um sistema circulatório que consegue levar o oxigênio a cada uma das células do corpo também não pode ser obra de um acaso totalmente destituído de inteligência. A circulação automática e perfeitamente controlada, pelo coração, do sangue que leva oxigênio e nutrientes para todas as células do corpo é outro processo cuja formação certamente exigiu a interveniência de algum tipo de inteligência. A liberação perfeitamente controlada de moléculas de oxigênio para cada uma das células é outro encargo pesado demais para um acaso ignorante. A retirada do gás carbônico de todas as células do corpo e a sua transferência para o pulmão, ainda por ação do coração, é outra função que não pode ser obra do acaso. Finalmente, acredito que o processo de descarte do gás carbônico na atmosfera, através da expiração automática, igualmente não pode ser atribuído ao acaso.

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  4. Um acaso criador da vida posto em um contexto sistêmico e probabilístico - continuação

    Em termos de probabilidades, a sequência dos processos envolvidos, devidamente encadeados e todos eles independentes, torna um evento impossível uma atuação exclusiva do acaso para constituir e operacionalizar todo um sistema com tal complexidade. A indispensável necessidade de incorporar todas as informações deste sistema no zigoto que origina cada ser humano gera, no meu entendimento, uma total impossibilidade de considerar o acaso como seu autor e de ignorar a necessidade indispensável de uma intervenção inteligente. Vale ressaltar que a seleção natural, constatada por Darwin, só pode ser acionada na natureza quando a atuação prévia do acaso gerou problemas genéticos que afetam a competitividade e a sobrevivência de determinada espécie de ser vivo.

    A produção automática das hemácias, pela medula óssea espalhada por certos ossos do corpo humano, é outro componente indispensável do sistema acima referido. A escolha do interior dos ossos para esta importante atividade, gerando um ambiente de proteção, também exige o envolvimento de alguma forma de inteligência. A comunicação desse sistema de produção de glóbulos vermelhos com o sistema de respiração certamente não pode ser atribuída ao acaso. A utilização do ambiente protegido no interior dos ossos para a produção de plaquetas e de leucócitos que atuam predominantemente em funções bastante diversas, como a coagulação do sangue e o combate a agentes infecciosos, é outro insuperável desafio para aqueles que consideram o acaso como único construtor de todos esses sistemas de manutenção e preservação da vida humana na Terra.

    Recentes pesquisas conseguiram associar determinados grupos de genes ao aparecimento das costelas nos humanos. Estes ossos, além de servir para alojar medula óssea, foram especialmente formatados para proteger órgãos vitais do sistema cardiorrespiratório. Essa nova constatação da ciência genética corrobora com a premissa de que os genes abrigam todas as informações necessárias para a constituição de um novo ser vivo, incluindo a manutenção da vida, o crescimento e os processos de reprodução de cada indivíduo.

    Através de uma controlada ativação, em momentos devidamente programados, os genes conseguem modificar o comportamento dos vários órgãos e sistemas orgânicos ao longo da vida humana. Como múltiplos grupos de genes desempenham funções separadas, considero totalmente impossível, em termos probabilísticos, que mutações aleatórias em alguns genes possam ter gerado os sistemas tão bem integrados cuja existência a ciência vem constatando. O surgimento do primeiro gene que propiciou chegar a tão surpreendente desempenho nos seres humanos, já é uma tarefa que torna imprescindível a existência de um Ente criador da vida diversificada na Terra.

    Os cientistas não podem ser tão fundamentalistas a ponto de rejeitar todas as contundentes evidências que vêm sendo reunidas no âmbito da própria ciência sobre a existência de um verdadeiro Autor do Universo, da vida e da mente humana. Vale considerar que a ciência não tem meios de provar a inexistência deste Ente criador. De outro lado, os religiosos não podem ser tão fundamentalistas a ponto de rejeitar todas as igualmente contundentes comprovações científicas que possam contradizer interpretações literais humanas, de contestável validade, de textos de livros por eles considerados sagrados.

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  5. O acaso no mundo genético

    Os genes de cada espécie de ser vivo têm plenas condições de acionar, executar e controlar todos os mecanismos específicos que permitem a germinação, o crescimento, a sustentação da vida e a reprodução dos respectivos organismos. Os genes detêm informações que permitem desencadear a formação de todos os tipos de células, na quantidade correta, para formar os tecidos apropriados necessários para formatar os diversos órgãos que compõem cada organismo, em sua devida localização. Os genes de cada ser vivo detêm também informações para criar e regenerar todas as ligações entre os seus múltiplos órgãos, necessárias para formar os sistemas orgânicos indispensáveis para a manutenção da vida e a preservação da espécie.

    O número de espécies de seres vivos, atualmente descritas, pode chegar a dois milhões, mas estima-se que o número real na natureza pode chegar a 50 milhões. Estima-se também que extinções em massa na história da Terra podem ter dizimado cerca de 90% dos seres vivos que já habitaram nosso planeta. Fazendo as contas, os cientistas podem chegar a quase meio bilhão de diferentes espécies de organismos que já habitaram a Terra.

    Um enorme desafio para o acaso já seria a criação e sustentação da vida de um único gene. A incorporação de informações para que um gene possa codificar uma proteína, como a molécula de melanina, seria outro imenso desafio. O empacotamento de múltiplos genes diferentes numa molécula de DNA seria outro desafio apavorante para um acaso totalmente destituído de inteligência. Acredito que eventuais processos de seleção natural que pudessem ser vislumbrados não ajudariam muito neste contexto.

    Quando colocamos os genes no contexto do primeiro parágrafo deste post, verificamos a total impossibilidade de atribuir ao acaso tais competências relativas uma única espécie de ser vivo. Difundindo esta impossibilidade para centenas de milhões de espécies biológicas bastante diferenciadas e utilizando o raciocínio lógico dos humanos, acredito que esta impossibilidade pode ficar cabalmente demonstrada. O acaso precisaria ser um autêntico deus para conseguir gerar e implantar todos os processos genéticos que ocorrem e que já ocorreram em todas as espécies vivas que já existiram na Terra.

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  6. O acaso na geração da visão

    Podemos considerar infinitesimal a probabilidade de um acaso ter gerado a vida na Terra. Com efeito, até hoje humanos que se consideram muito inteligentes não conseguiram tal proeza. Também pode ser considerada praticamente nula a probabilidade de outro acaso ter gerado uma primeira célula no ser vivente primordial. A probabilidade de um terceiro acaso ter gerado um primeiro gene no interior de uma célula é também infinitesimal.

    A probabilidade de uma tríade de acasos ter gerado sucessivamente um ser vivente que se manteve vivo, uma célula inicial e um primeiro gene, que são necessariamente três eventos independentes, é, pela teoria matemática das probabilidades, igual à multiplicação destes infinitésimos, resultando em algo que não pode ser diferenciado de zero. Isto significa que é probabilisticamente impossível atribuir ao acaso uma ocorrência sucessiva desses três eventos mesmo quando espalhados ao longo de muitos milhões de anos.

    Considero importante salientar que na ocorrência destes três eventos ainda não podemos falar em mutação aleatória. Também não vejo como a teoria da seleção natural poderia ser aplicada nesse contexto. A reprodução do ser primordial é outro grande desafio para o acaso, ainda sem a muleta da seleção natural.

    A probabilidade de um quarto acaso sortudo ter gerado uma célula fotorreceptora também pode ser considerada infinitesimal, mesmo já contando com a ajuda de possíveis mutações genéticas. Afinal este evento envolve uma complexa interação com fótons. Considero a probabilidade de um quinto acaso criar outra célula sensível a cores igualmente infinitesimal. Acredito que os humanos, reunidos em vastas comunidades científicas, também ainda não sabem como realizar tais proezas.

    A probabilidade de um sexto acaso ter conseguido alocar múltiplas células fotorreceptoras dos dois tipos (cones e bastonetes), de uma maneira organizada, na retina de seres vivos também considero infinitesimal. Este evento pode ter sido realizado em etapas, sendo cada uma delas independente e com probabilidade de ocorrência muito pequena. Seria uma sequência de eventos resultando em valor praticamente nulo para a probabilidade de ocorrência do conjunto de todo esse sexto evento.

    A retina humana, que recebe os raios luminosos devidamente ajustados pela córnea, pela pupila e pelo cristalino, é formada por dez camadas de tecidos. O sexto acaso, mesmo apoiado em processos sucessivos de seleção natural, não teria as mínimas condições de construir e por em funcionamento uma retina formada por cerca de 120 milhões de fotorreceptores. Os seus sete milhões de cones, de três tipos, conseguem captar informações sobre praticamente todas as cores. Todas estas células precisam ser continuamente irrigadas pelo sangue.

    A visão binocular permite agregar noções de distância do objeto visualizado, de relevos e de profundidade. As duas imagens sutilmente diferentes recebidas do par de olhos acabam gerando uma imagem tridimensional. Um sétimo acaso, também com probabilidade infinitesimal de ocorrência, teria tido a capacidade de construir dois olhos em locais apropriados para que o cérebro tivesse condições de gerar essas imagens essenciais para a sobrevivência dos animais e preservação das respectivas espécies.

    A retina, como no caso humano, precisa de um tecido transparente de suporte para manter, mediante pressão, a forma esférica do olho. O humor vítreo exerce esta função. Um oitavo acaso teria sido responsável pela criação, localização e manutenção deste tecido no sistema da visão. Considero a probabilidade associada a este outro acaso igualmente infinitesimal. O humor aquoso é um líquido incolor que se posiciona entre a córnea e o cristalino. Contendo cloreto de sódio, ele precisa ser produzido incessantemente. Um nono acaso, também com probabilidade infinitesimal de ocorrência, teve de se encarregar da criação, localização e funcionamento deste outro componente essencial da visão.

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  7. O acaso na geração da visão - continuação

    O cristalino é uma lente biconvexa transparente, dotada de grande elasticidade, que tem como principal função tornar a visão nítida, focando os raios luminosos que passam pela pupila exatamente sobre a retina. Como os objetos visualizados estão a diferentes distâncias do olho, é necessário um processo de acomodação do cristalino para que a imagem não se forme fora da retina. Músculos ciliares modificam a curvatura do cristalino para efetivar continuamente esta acomodação visual. Desconhecendo totalmente a física e matemática envolvidas, um décimo acaso teria a missão impossível de formatar todos os tecidos e mecanismos necessários para que o cristalino seja formado e desempenhe corretamente todas as suas funções, essenciais para o sistema de visão.

    A córnea é a membrana mais externa do olho e serve de proteção para o globo ocular. A estrutura da córnea não é vascularizada e sua inervação é apropriada para assegurar sua total transparência. A córnea humana é constituída por seis camadas. Algumas delas, como a mais externa, podem regenerar-se. Sua curvatura elíptica permite que ela auxilie, através de processos de refração e difração, na focagem dos raios luminosos sobre a retina. Um novo acaso, que considero também totalmente inviável, seria necessário para criar e implantar a córnea nos olhos.

    A pupila dilata-se ou fecha-se dependendo da quantidade de luz disponível. As pálpebras ajudam a limpar os olhos e as lágrimas mantêm a córnea úmida e saudável. Glândulas especiais produzem lágrimas continuamente para a lubrificação e limpeza dos olhos. Vários acasos seriam necessários para que todos estes mecanismos possam funcionar harmonicamente. Considero infinitesimal a probabilidade de ocorrência de ocorrência de cada um deles. As interações sistêmicas entre eles tornam impossível uma vinculação de todos esses mecanismos ao acaso das mutações genéticas.

    Os olhos dos animais vertebrados constituem-se em sistemas extremamente complexos que permitem captar raios de luz refletidos, focar um objeto, controlar a luminosidade que entra e gerar sinais elétricos para produzir uma imagem abstrata, nítida, tridimensional e colorida no cérebro. A geração de impulsos elétricos com informações precisas sobre a luz captada, assim como a ligação e transmissão dessas informações para o cérebro, são funcionalidades que certamente não podem ter sido criadas por acasos. O envolvimento de vários órgãos e tecidos diferentes tornam indispensável a utilização de uma inteligência intencionalmente direcionada. Sem a visão a manutenção da vida sistemicamente diversificada na Terra seria totalmente inviabilizada.

    O sistema de processamento dos sinais visuais em três áreas do cérebro humano também não pode ser obra do acaso. Processos de seleção natural, que podem corrigir eventuais distorções em mutações genéticas, não têm condições de gerar os processamentos cerebrais constatados pela ciência. A visão também é auxiliada pela memória visual. Quando se depara com um cenário já visto, o cérebro recupera informações guardadas na memória para facilitar uma nova visualização. Estudos científicos mostraram que foram necessários pelo menos nove processos biológicos independentes e convergentes para formar o sistema visual humano.

    A incorporação no genoma de todas as informações indispensáveis para constituir e fazer funcionar todo o sistema visual é outra missão impossível para o acaso. Os genes do zigoto sabem coletar as substâncias químicas necessárias e promover as reações para gerar cada um dos componentes do sistema visual no local correto. Sabem criar todas as ligações entre os vários órgãos e sabem acionar os mecanismos de alimentação e de remoção dos resíduos. Sabem também criar os mecanismos de imunização e reparação de danos decorrentes de eventos prejudiciais.

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  8. Genes do Criador da vida diversificada na Terra

    Determinados segmentos da molécula do DNA, denominados genes, podem ser considerados realmente geniais. Gerando moléculas químicas identificadas como proteínas, certo grupo de genes consegue conformar, por exemplo, dois pulmões humanos simétricos dotados de cerca de trinta milhões de alvéolos. Nestes pequenos sacos pulmonares, o oxigênio do ar atmosférico é absorvido pelo sangue e o gás carbônico proveniente das células do corpo é eliminado no processo de respiração.

    Certamente só com muita inteligência foi possível conceber e montar uma interação tão importante entre os sistemas respiratório e circulatório em cada um desses alvéolos pulmonares. Acredito que a inserção na molécula do DNA de todas as informações necessárias para gestar ambos os sistemas e estas indispensáveis interações não poderia, em hipótese alguma, ser obra do acaso de mutações genéticas ou de processos de seleção natural.

    Em muitas articulações do corpo humano como, por exemplo, nos cotovelos, ocorre a junção de dois ossos ou mais ossos. Para que o antebraço possa ser movimentado, é necessária a existência de dois músculos diferentes e complementares. Um deles contrai-se para levantar o antebraço e o outro será contraído para abaixá-lo. Enquanto um deles está contraído o outro necessariamente encontra-se relaxado.

    Certamente genes diferentes encarregam-se de gestar cada um dos ossos envolvidos na articulação dos cotovelos e em cada um dos dois músculos acima referidos. Esta mesma situação ocorre nos ombros, nos punhos, nos dedos da mão e nas articulações dos membros inferiores. Também nestes casos, considero totalmente impossível que o acaso de mutações genéticas e processos de seleção natural possam ter criado e localizado corretamente os ossos e especialmente os dois músculos complementares existentes em todas essas articulações.

    A inserção no DNA de todas as informações genéticas indispensáveis para gestar cada uma dessas articulações constitui-se igualmente num encargo que só pode ser atribuído a um Ente suficientemente inteligente, capaz de idealizar e concretizar a vida na Terra em toda a sua diversidade, incluindo a consciência e a mente dos humanos.

    Outro desafio para os adeptos da criação das espécies vivas sem um Criador pode ser identificado no sistema nervoso autônomo dos humanos, composto pelos subsistemas simpático e parassimpático. Assim, por exemplo, existem músculos específicos para contrair e para dilatar a pupila dos olhos que são acionados automaticamente, regulando e adequando a sua abertura à luminosidade do ambiente. A dilatação da pupila é executada pelos gânglios simpáticos localizados na coluna vertebral, enquanto a sua contração é operada pelo sistema parassimpático do cérebro.

    A salivação, a contração e dilatação dos brônquios e da bexiga, o ritmo dos batimentos cardíacos e o controle das atividades do estômago, do pâncreas e da vesícula biliar, também são executados, de forma complementar, pelos dois subsistemas do sistema nervoso autônomo. Tais complementaridades exigem uma interação genética que considero totalmente incompatível com os propostos processos criativos de mutações genéticas aleatórias e de seleção natural.

    Novamente, utilizando o raciocínio lógico, acredito que a inserção das informações genéticas indispensáveis para gestar o sistema nervoso autônomo dos humanos, com os seis diferentes tipos de pares de músculos complementares envolvidos nas referidas regulações automáticas, só pode ser atribuída a um Ente idealizador e criador da vida e da sua diversificação na Terra.

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  9. Incoerências entre ciências e cientistas

    Constatamos, ao longo da história, interpretações bastante discordantes entre seguidores de uma mesma religião. Mesmo compartilhando o mesmo livro sagrado, dificuldades no entendimento dos mais variados temas têm gerado enfrentamentos que em diversos casos resultam até mesmo em guerras fratricidas. Tais incoerências humanas não se limitam a campos como religiões ou ideologias. Também no âmbito das ciências os comportamentos humanos geram incompatibilidades que podem ser bastante danosas.

    Assim, enquanto nas ciências naturais a aceitação da existência de um Ente criador do Universo e da vida é considerada inaceitável sendo enquadrada como uma autêntica heresia, nas ciências humanas e sociais a hipótese da existência de deuses religiosos pode tornar-se indispensável. Com efeito, as religiões teístas vêm moldando o comportamento dos grupos humanos, exercendo influências determinantes em múltiplas áreas científicas. Em tese, as metodologias e os princípios das ciências deveriam ser os mesmos para todas as suas áreas.

    Embora muitos cientistas tenham plena convicção pessoal da indispensável existência de um Criador, quando atuam nas ciências naturais eles são forçados a desconsiderar esta possibilidade para não prejudicar sua reputação e sua carreira de pesquisador. Do lado do muro, cientistas das áreas humanas e sociais necessitam considerar que a quase totalidade da humanidade vive em culturas que aceitam a existência de deuses e envolvem-se com religiões. Vale ressaltar que as ciências não têm competência para provar a inexistência de um Ente idealizador e criador do organismo, da mente e da consciência humanas.

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